Jesus (o cristo (JC)) - Dos 1000 (mil) passarás, aos 2000
(dois mil) não chegarás.
Virgem (a sua mãe (pois… vá, fica Maria (M))) – (pegando
num punhado de areia (cena passada na praia (ou num parque infantil)) e
atirando ao ar) – Sendo cada grão um ano, mete mais estes por minha conta.
Se isto consta na Bíblia? Não, mas a minha avó contou-me
isto quando eu era mais novo e consequentemente também ela mais nova (tendo, no
entanto, sido sempre velha). Como ela trabalhava lá nas igrejas, julgava eu, com
dispensa apenas para almoçar, jantar e dormir em casa, achei que tivesse acesso
a informação privilegiada vinda lá de cima e acreditei. Anos mais tarde vim a
saber que aquilo que eu julgava ser trabalho é também algo a que comummente apelidamos
de “Beatice”.
Parei então de contar grãos (para os mais curiosos
(chatos) que estão a questionar: “mas e se?”; posso adiantar que ia nos 437 (quatrocentos e trinta e sete) grãos e ainda me faltavam ¾ (três quartos) de punhado. Ou seja, multiplicando
por 4 (quatro) e somando 1030 (mil e trinta)… ora, é aproveitar bem o milénio! Fazerem
aquela arrumação daquele quarto que andam a prometer há 2 (dois) anos, a viagem que
estão para fazer há 3 (três) anos e o penteado à Elvis com que sempre sonharam porque
isto lá para 2800 (dois mil e oitocentos), mais século menos século, é capaz de
acabar.).
Chegamos portanto a 2019 (dois mil e dezanove) sem uma explicação
de como ou porquê e há ainda pessoas que inconsequentemente abusam parvamente
de parêntesis usando-os como se fossem vírgulas (que claramente não são (mas
que muitas vezes têm objetivos semelhantes (vá, também não são assim tantas as
vezes, são só algumas (Mas que é irritante, É!! (e vou oficialmente abolir tal
comportamento da minha escrita (CHEGA! (perdão))))))). CHEGA!
O ano novo é encarado como uma oportunidade de recomeço e
grande parte das pessoas começa o ano motivada e com resoluções umas mais concretizáveis
do que outras. Eu sou uma dessas pessoas. Dois exemplos de resoluções minhas
são que este semestre vou passar a todos as cadeiras e que este ano vou
escrever pelo menos um bitaite por mês. (Não disse que ia dar um exemplo de
cada tipo (Ora aqui está um exemplo de parêntesis aceitável (Adiante))).
No entanto, há quem tenha tradições e rituais que gosta
de repetir todos os anos com vista a o ano voltar a ser memorável. Um exemplo disso
é o nosso honorável presidente da república Marcelo Rebelo de Sousa. O
professor Marcelo tem para si que para ter um ano em grande deve começar metido
em imbróglios. Se no ano transato decidiu começar o ano com problemas
intestinais, este optou pelos institucionais. Quem não se lembra dos momentos
aterrorizadores que todos vivemos em frente ao televisor no início do ano
passado sem saber se o nosso presidente iria ou não resistir à temível hérnia?
Pois, eu também não me lembrava até ver esses momentos num dos muitos resumos
do ano feitos pelos noticiários… Talvez esteja a precisar de uns suplementos,
ou então não tenha sido assim tão aterrorizador.
Aproveito para demonstrar a minha solidariedade para com
o Presidente Marcelo, entre ligar a uma quarentona jeitosa e despir-me pela
segunda vez em frente do doutor Eduardo Barroso, talvez optasse também pela
primeira. No fundo acaba por ser um sacrifício, arrisca-se a que o chamem de
populista, tendencioso, homofóbico, parvo, xexé, Cavaco (as redes sociais são
um lugar cruel) para ter um bom ano. E todos sabemos que um bom ano para o nosso
presidente da república será forçosamente um bom ano para nós também.
Acho uma profunda falta de sensibilidade dizer que um
hipocondríaco que, além de se sujeitar, provocou o contacto físico com cada um
dos cidadãos portugueses é um populista… Eu vejo um homem de sacrifícios.
Acho completamente desajustado chamar xexé a um chefe de
um estado democrático que vai participar na tomada de posse e parabenizar um
ditador… Eu vejo mais uma vez um homem com um espírito de união que procura
diálogo e consensos (ainda que com extremistas).
Acho ainda de um mau gosto tremendo chamar Cavaco a um
senhor de idade que não consegue controlar a produção salivar… Não, espera, aí
fez realmente lembrar o Cavaco.
Por último, deixo para o nosso presidente um recado da minha
avó, que embora me tenha iludido com algumas coisas em petiz, costuma ter
intervenções muito assertivas: Mais vale cair em graça do que ser engraçado.
Um abraço,
Luís Vasco Fernandes
P.s. Presidente, não espere voltar a um bitaite meu em busca de lições de vida. Esta é a minha avó que lhe dá de borla.